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Tragédia em dois atos.

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Se te sinto ao meu lado é porque conheço o caminho errado. Se te abro os olhos é porque quero o seu bem. Não me julgue por ser incompleto apenas trema com a sintonia das nossas orações. Neste inferno incumbido de máscaras eu não consigo sentir a sinfonia de dias majestosos que em época tocaram. Eu grito, contesto e violento contra Deus... As lágrimas derramadas naquele tempo foram de resultados mal resolvidos. A dor que tenho agora é capaz de murchar flores, oceanos e a própria vida. Em pleno século XXI ainda oro por aquelas mulheres e crianças que se perderam na esquina para casa. Um diabo em forma humana e sem coração arrasava aquelas senhoras. O vilarejo foi esquecido pelos olhos dos assassinos. A vida morria e caia na solidão das trevas. ... eu era o assassino.

Arte!

Ressalvo-lhe as frases escritas nos manuscritos da razão. É ambíguo traja-la como linda. O espelho é aliado da minha afirmação. A cada inspiração, novas frases vêm mostrando-me a direção. Faça-me como você desejar, me molde e forme em mim o príncipe que você sempre quis beijar. Lute contra os estados e proclame a sua liberdade. "Tu és uma mulher rara". Amarre sua mão sobre a minha e vamos caminhar!

Soninha a menininha.

Era outono e mesmo com o frio intenso de Curitiba Soninha recebia uma surpresa, um recado despreocupado e descompromissado, um antigo amor da juventude que já havia sido congelado nas memórias do passado. O nome do amante era Romeu, vivia numa cidade pequena do interior de São Paulo. Por meios modernos, os dois após vinte anos se encontraram no mundo que não existe, o virtual. Soninha era casada, mãe de duas crianças. Infeliz com sua situação e sem amor. A relação através dos meios modernos foi ficando intensa, até em deixar tudo à sem vergonha quis, chorou por não poder voltar no tempo, chorou por não ter coragem e nem astúcia para ser uma mulher sem escrúpulos. Todavia mandava recadinhos e juras e mais juras de amor, não se importava com seus filhos e nem tampouco com o homem que jurou amor eterno. Só queria saber do malandrinho do interior. Não demorou muito, Soninha perdeu o tesão e não chorou mais por aquele; optou por encontrar outro e viver mais uma paixão; Romeu,

Corcel.

O corcel branco vagava pela floresta durante as noites de abril nas proximidades da vila. Todos tinham receio a respeito do poldro que obtinha um brilho exuberante. Assim dizia a lenda que os antigos contavam. Certa vez, um casal de namorados foi passear a cavalo próximo ao rio, seus corpos foram tomados de desejos assim que chegaram. Um a um os pontos mais íntimos foram descobertos. A paixão predominava… Os jovens apenas queriam desfrutar de cada desejo, a carne era cerrada na unha e, todo o vigor dos dois era perceptivo a quilômetros. Após o deleite de amor, ambos estavam satisfeitos com tudo aquilo e até planejavam suas vidas. De repente, uma luz fascinante os tomou por toda face, já estava tarde da noite. Um barulho grande os assombrou, era o próprio demônio. Ambos correram sem roupas da peste que os seguiam. O corcel tomou forma na frente dos dois, o rapaz tentou defender a honra da amada, se pôs diante dela e enfrentou o fantasma… No dia seguinte já deram falta

Novos passos.

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Embriagado pela cachaça e perturbado pelo excesso de bagagem,                         Proclamei uma nova fase.                                     Com os pés descalços na estrada eu descobri os degraus.                                                                            Um a um, inovo o tamanho dos passos.

Casebre.

Nesta casa de vidraça consigo ver os desejos. Nesta rua, há dois casebres. Envelheço nos meus conceitos, Rejuvenesço nos cantos verdes. Talvez de pé sinta os dois joelhos. Apodreço no desespero Enalteço os meus segredos. Moro no casebre ao lado dos espelhos. Morro nas vontades e fujo quando é realidade. Todos os meus receios aprisionados nas tábuas de vidraças.

Espelho.

Como um a espelho aprendi a refletir a sua imagem: -Sou único, perfeitamente errado e despreocupado com os acasos. Verdadeiramente apaixonado pela vida e desdenho simpatia. Pequenos olhos e grande coração. Um ser amável por todos. Sorrisos espontâneos e face angelical. Meus pés são pequenos e os braços fortes. Fui buscar primavera no fim do outono Até nas nuvens os pássaros que fiz puderam voar. Foi sem você que eu me perdi e com você que me encontrei.

Apenas gente!!!

Rejuvenescer ao ouvir uma música. Sentar numa cadeira com uma xícara de café e sentir os diversões aromas, Questionar o nascer do sol e, Enaltecer o seu adormecer; Roubar idéias; favorecer-se de resultados e inteligência, Endurecer o semblante em busca de reconforto, Abusar de termos pejorativos; Falar mal, elogiar, amar, perturbar; aclamar a beleza e Insultar a sua ausência. A gente; apenas é gente - não exemplos nem citações maliciosas... Apenas gente do bem, ora indo para o céu, ora indo para o inferno.

Prodígio!

Rouba as almas dos apaixonados em meio ao mar vermelho de prazeres, a noite alia-se na sua caça. Bem longe daqui ouço seu chamado. Estou pronto para dar tudo de mim. Sou apenas um mortal prodígio, Que ousa em dizer que é único, Pois que atrevimento o seu em me chamar.

Vês suas lágrimas!

Vês as lágrimas saindo do teu caule. Vês tuas pétalas jorrando sentimentos. Abra-te os olhos, ponha-te em teu lugar. Sinta a tua própria dor, orgulho banal. Sofras menos, faça-te maior, viva intensamente. Engula tuas raízes, cuspa o teu podre, Engula a sabedoria, devore a perturbação. Liberta-te de dúvidas, liberte de crenças. Alimenta-te de emoção. Viva o meu mundo,vi va o saber, esqueça-te da lucidez. Bebereis de toda vida ao teu lado, Bebereis de tua virgindade celestial. Corrompe-me a tua crueldade, Cujas pertinências nos levaram solitários. Esqueça-te do passado. Olhemos o futuro, Amaremos o teu presente, Celebraremos nosso “recomeçar”.

Carnal

Venha beijar-me minha doce e louca Na alucinação,  perdição, cobiça e na omissão. Beba do meu sangue, prove do meu vinho. Não sou Jesus, não sou anjo e nem profanador. Sou homem errante, louco e cheio de tesão.

Vou ensinar-te como escrever

Vou ensinar-te como escrever: Atenta-te aos odores, fica acessível a qualquer emoção. Põe a marcha que toca o teu coração. Amaras-me em silencio, pois eu preciso desse tempo, Apenas cinco minutos tu farás desse momento, Um novo tempo. Cerra os dentes em sinal de desistência, Morde os lábios quando estiveres contente. Não deixe a marcha à mercê. Aflora desejos, enlouqueça as asneiras. E, agora fecha os olhos; pare a serenata; Interrompa toda a vontade. Eu irei ler o escrito que tu fizeste.

No buraco do seu jardim

Mesmo que tudo esteja escuro eu nunca me esquecerei das flores do seu jardim. Enterro minhas memórias. Torno-me um estrangeiro para cavar um buraco no seu jardim, aonde caibam minhas mágoas.  Gritei uma vez ninguém ouvi ...Atravessando a fronteira da vida e da morte só para ver se alcançava o seu jardim. No oceano existem pessoas mortas, mas também existem pessoas vivas. Coisas estranhas acontecem com quem está sozinho.  Meu sonho é parar de sonhar, memórias são de dar saudades. Tristeza é a única palavra que aprendi no buraco do seu jardim.

Amadurecer.

Certos momentos excepcionais merecem atenção. Pela manhã pássaros famintos vêm até a minha porta em busca de migalhas de pão. Uma vida boa, somente prazeres dignos... E sempre criando alguns costumes. Gosto de beijos E também de abraços. Meu melhor hábito foi escolher amar. Minha pior escolha foi lhe deixar. Nos primeiros erros, meus pés doeram. Naufraguei nos meus deslizes, agora arrumei todos os desejos. E impressiono-me com antigos desesperos.

"Raí-Cai"

Esqueço-me de princesas, Invoco a Deusa da beleza. Acordando todos extintos, Provocando fraquezas. Despertar maneiras… Faz nascer toda esperteza .                       Que frieza do meu amor, Esqueceres do nome daquela flor.

Bonequinha de pau!

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Um homem solitário brincou de amar, Comprou um pedaço de pau e esboçou um talento. A menina de madeira aprendeu a chorar. Mimada por um artista que faz laços e cachos dourados. A bonequinha de pau perturbou o sol. Seu belo cabelo enlouqueceu um jardim de girassóis. Certa vez o pai, o criador pegou a princesinha chorando no quarto por um amor. Era um lindo pedacinho de madeira que decorava o fogão de lenha. A menininha ensaiou os primeiros passos na direção do amado. O mago fazia o jantar. A garota enfeitiçada pisou em falso e caiu nas chamas. O que se ouvia era uma melodia: -Lará larará lararará... lára lárarã... ã ã lárã!

Paixão

Forte empolgação, Avulso desconforto, Tremendo temor, Um desejo avassalador. Não há hipótese para titubear, Nem motivos para hesitar. O toque sobre a pele faz estremecer desejos. Os sentimentos nas palavras sensatas Faz apagar o fogo dos namorados. Esboçar é diferente de provar. Cale-se e venha me beijar.

O meu Câncer.

Pedi-lhe alguns segundos para imaginar um novo mundo, um que não haja câncer. O predicado da cena está influenciando a minha bela voz, desde que a nova doença espalhou-se, fez com que a vitalidade adoecesse. Não lutarei mais contra tormentos, só tento lembrar-me dela. E sempre as verdades irão surgir e devastarão enigmas. Pode ser até no coração ou mesmo na mente. Nada a tirará de mim. O meu câncer aumenta. Depois de vários momentos cansado de andar; apenas passear no silêncio. Com medo da alvorada triste, mudar-me-ei para o Olímpio. Ontem eu a amei mais.  Talvez uma má companhia seja melhor do que um bom silêncio. Melhor muitos versos feios ao invés de um único belo.

Azul e amarelo.

Foi tão velho um dia e mesmo assim conseguiu estar jovem e amarelo de novo. Foi tão bom como o primeiro beijo e agora se torna ruim como o último. Um brinquedo de hipotecar cores enfeitiçou o rosto. Dois rios que se encontraram, um negro e o outro claro. Entre azul e amarelo, quero o negro. E mesmo que a melhor festa fosse iluminada, Eles não iriam com esse tempo. Nascendo de novo para escolher… Morrendo de novo para me escolherem… Azul e amarelo.

Nova direção.

Não há um novo jogo para se jogar apenas uma vida para se viver. E não há um novo mundo para começar, apenas um velho para terminar. Paciência em mim causa claustrofobia em você. Quando estiver aflito assovie então para que eu possa guiar-lhe. Em cima do banco de madeira, minhas pernas sentem a ausência de andar. Paciência é tudo o que peço, meu cravo. Suas sementes infestaram minha alcova. Na chuva que outrora o fez mudar, eu vou implorar. Adeus gritarei antes que a antiga tempestade chegue! Voltarei para o inicio para formular as regras que sempre quis legislar.